Um filho para chamar de nosso

Depois de passar 20 anos fora da capital paulista, vivendo em diversos lugares como Inglaterra, Portugal, Canadá, e Santa Catarina, o psicólogo e professor universitário Luciano sentiu que era o momento de voltar.

“Estava morando em Florianópolis com minha irmã, o filho dela e mais dois sobrinhos. Todos pré-adolescentes. Ao todo éramos cinco.  Mas aos poucos cada um tomou seu rumo e percebi que era hora de voltar a viver em São Paulo”, relembra ele.

Em SP, no começo de 2006, Luciano conheceu seu companheiro Max, advogado, e após quatro anos juntos e com as carreiras já consolidadas surgiu neles o desejo de serem pais e formarem juntos uma família.

Sobre os caminhos para ser pai, o professor explica que não cogitaram uma “mãe de aluguel” e que sempre a adoção foi a única opção para realizar o sonho da paternidade. “Nós acreditávamos que existiam muitas crianças precisando de um lar em nosso país e como já tinha diversas histórias de adoção em minha família, essa foi também a nossa escolha”, conta Luciano explicando que desde os tempos de seu avô a adoção já era uma realidade.

Decididos a aumentar a família, composta até então por Max, Luciano e o cãozinho Tobias o próximo passo foi ir ao Fórum, onde fizeram o cadastro de adoção e escolheram o perfil da criança de quem em pouco tempo seriam pais.

“Queríamos uma criança de até dois anos, mas estávamos abertos se fosse menino, menina e também com relação à etnia. Nossa única ressalva era que ela fosse saudável, em razão da estrutura familiar que dispúnhamos para acolher bem a criança”, explica.

Ainda segundo ele, o processo foi tranquilo, pois não experimentaram nenhum tipo de preconceito. Da aprovação do cadastro à chegada do pequeno Arthur passou mais ou menos um ano. Nesse tempo, receberam em casa a assistente social, fizeram entrevistas com a psicóloga, além de algumas visitas onde o bebê estava, a fim de aproximar a futura família.

Com um bebê de poucos meses em casa, começava a grande aventura da vida de Luciano e Max. “Alguns dias depois da sua chegada em casa, Arthur já dormia sozinho em seu quarto. Nós nos viramos super bem com a parte operacional, dar mamadeira, trocar fraldas e dar banho, apesar do medo inicial que vem junto com um ser tão pequeno e que parece tão frágil”, explica.

“Após um período de três anos de guarda temporária, retornamos ao fórum para receber a guarda definitiva e cinco meses depois veio o parecer final sobre a adoção de Arthur”, conta Luciano lembrando com bom humor que justo naquele dia, enquanto a atuação deles como pais era observada pela psicóloga, o pequeno fez uma de suas únicas birras.

Com a sentença constituindo a adoção, Arthur recebeu os sobrenomes dos pais em seu registro e se tornou oficialmente filho de Max e Luciano, o que ele, hoje com seis anos e cursando o 1º ano do Ensino Fundamental, já era há muito no coração deles e na rotina familiar!

Entrevista e texto: Julia Corrêa Lázaro

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